Quem são as grandes mulheres

Alexsandra Rodr Sex 25 Mar 2011, 21:30

Ana, Rita, Joana, Iracema e Carolina...
É mais ou menos assim que começa a letra de uma das músicas da cantora Ana Carolina. Estamos no mês de março e foi o dia internacional da mulher, muitas homenagens na mídia, foram citados nomes de “mulheres importantes”. O porquê das aspas? Quem pode dizer quem é importante ou não? A mídia?
Eu respondo o que penso, toda pessoa é importante, neste caso toda mulher. Não que eu de importância a datas comemorativas como essa, mas isso me inspirou a dizer como vejo as mulheres.
Continuando a música já citada há um trecho que diz que cada braço da mulher brasileira é uma viga do país. Viga é algo que sustenta uma construção. Então pergunto mais uma vez o que faz você mulher brasileira, moradora de uma cidade média a pequena do interior ser uma VIGA DESSE PAÍS?
As mulheres que conheço são aquelas que cuidam de suas famílias da melhor forma que conseguem, trabalham tem aquela famosa jornada dupla, tripla ou até mais em alguns poucos casos.
A mulher que merece homenagem pra mim é a aquela mãe que criou dez filhos, perdeu dois e adotou em sua velhice mais uma criança, colaborou com o sustento de todos esses segurando as pontas ao lado de seu trabalhador e carinhoso marido que nem todos os momentos foi tão bom assim. Mas ela sempre ficou firme.
Também merece homenagem a mulher com síndrome de galinha ou pata sei lá, qualquer ave que coloca seus pintinhos embaixo das asas e os protegem de tudo. É aquela que se preocupa com o que vão comer como se fossem eternos bebês, mesmo que já estejam perto dos trinta anos.
Mulher importante é aquela que não tem filhos, mas escolheu como profissão talvez por vocação nata, acolher os filhos dos outros como educadoras, é aquela diretora escolar que chora quando algo ruim acontece a um de seus alunos. É aquela jovem professora que sonha que com seu trabalho vai realmente fazer diferença na vida de seus alunos. É aquela atendente de creche que limpa o bumbum da criança alheia sem esbravejar e sente carinho por alguém que não faz parte do seu círculo familiar. Aquela que limpa a casa alheia ou escritório, escolas, corredores de hospitais e tantos lugares que nunca olhamos quando está limpo, mas nunca nos esquecemos de observar se não estão.
Mulher interessante é a jovem médica idealista, carinhosa que trata seus pacientes como seres humanos e não como cobaias a serem estudadas ou a experiente médica que apesar dos anos não perdeu esse idealismo e é muito mais do que médica. É aquela profissional bibliotecária, assistente social, psicóloga, recepcionista e outras que ficam nos bastidores de alguma firma ou repartição imaginando que podem fazer do mundo um lugar melhor mais culto e interessante, ao menos o mundo a sua volta.
Também aquela mãe de baixa renda que dribla as dificuldades para o sustento e um pouquinho de conforto para sua cria seu bem mais precioso os filhos, aquela que convence a patroa a deixá-la sair mais cedo do trabalho ou faz ajustes no horário para poder levar seus filhos com algum tipo de problema ao médico, fonoaudióloga, psicóloga que a escola pediu, tudo para que eles possam ter mais do que elas mesmas tiveram.
Sem esquecermo-nos da mulher de fé inabalável que como todas essas cumpre com todas as suas obrigações, sem nunca deixar de lado seu trabalho espiritual ajudando outros encontrar a verdadeira fé, fortalecendo a fé de outros e a de si mesma. Mesmo que seu modo de vida seja motivo de criticas ou chacotas por aqueles que não entendem a importância desse trabalho.
Mulher notável é aquela que deixa todas as suas atividades domésticas, filhos, marido, tudo em casa e passa oito ou mais horas do dia, trabalhando duro para que seus filhos possam ter um padrão de vida bom, na maior parte para que seja melhor do que elas tiveram. Mulheres que trabalham nos setores de saúde, cultura, educação, metalúrgica em fim setores trabalhistas, pois estamos em todas as áreas desde as antigas profissões ditas femininas como professoras, secretárias e enfermeiras até as mais novas conquistas como executivas, mecânicas, motoristas e outras profissões ditas masculinas. E depois da sua jornada ainda voltam ao papel da boa e velha “Amélia que era mulher de verdade”, sim voltamos para esse papel, pois mesmo aquelas que podem ter uma secretária do lar ainda sim tem que administrar sua casa e se preocupar com seus filhos e ainda serem mulheres femininas para conservarem seus casamentos. E claro aquela que faz tudo isso sozinha, pois por força das circunstâncias ou escolha mesmo vivem sem um homem ao lado. O que, aliás, eu particularmente acho que não faz falta para nenhuma mulher desde que ela seja bem resolvida. Pois para mim um companheiro deveria ser um complemento escolhido e não uma obrigação social imposta pela milenar cultura machista com que fomos criadas.
Pergunto mais uma vez COMO VOCÊ É UMA VIGA DESSE PAÍS?
Não, não estou gritando apenas enfatizando faça essa pergunta a si mesma e responda, você mulher brasileira, botucatuense ou de outra cidade sem muito destaque. É uma viga desse país? Eu digo que sim.
As homenageadas, não dia 8 de março, mas todos os dias por suas pequenas e grandes conquistas diárias, são vocês. E não a bela e jovem modelo, a chefe de estado mão de ferro, a grande atriz ou sei lá mais quem a mídia gosta de enfatizar.
Falando mais uma vez da música da Ana Carolina ela diz “quer seu nome escrito numa letra bem bacana...” Meu nome já está escrito numa letra bem bacana, a letra da música da minha trilha sonora e o seu?
Sei que posso tá chovendo no molhado e repetindo muita coisa que já foram ditas antes, mas se pensarmos um pouco o que se escrevem por aí são textos manjados mesmos o que quero mostrar não é mesmo muito diferente, mas falo de mulheres reais, que conheço bem, e se você é uma delas irá saber que é de você quem estou falando. Abraços!