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Avaliação Cardiovascular em Pacientes com LES

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Mensagem  Daniella Pessoni Ter 07 Abr 2009, 10:02

Introdução: O envolvimento cardíaco no Lupus Eritematoso Sistêmico de início na infância, raro como manifestação inicial da doença, tem sido cada vez mais identificado, embora não exista consenso sobre controle sistemático nos pacientes assintomáticos. Hipertensão arterial sistêmica secundária à lesão renal ou a corticoterapia, aumento da tendência à trombose devido aos anticorpos antifosfolípides são fatores controláveis que podem levar a comprometimento miocárdico e/ou endocárdico em longo prazo.

Objetivos: Avaliar comprometimento cardíaco assintomático em crianças e adolescentes com Lupus Eritematoso Sistêmico, identificar presença de fatores predisponentes de comprometimento cardiovascular, averiguar particularidades encontradas e avaliar a orientação de controle sistemático precoce.

Material e Método: Trinta pacientes com LES de início na infância foram avaliados através de estudo retrospectivo e transverso com protocolo padrão. Foram incluídas avaliações clínicas, físicas, eletrocardiográfica, ecocardiográfica, pesquisa de anticorpos antifosfolípides.

Resultados
: 87% dos pacientes do sexo feminino, 53% raça caucasiana, idade média ao protocolo de (14,3 ±2,4) anos. Tempo de seguimento variou de seis meses a dez anos (mediana de 32 meses). Obesidade em 23%, hipertensão arterial sistêmica controlada com drogas em 30% e ainda sem controle adequado em 17%. Apenas 30% apresentaram ECG normais, predomínio de taquicardia sinusal (46%) e alteração de repolarização em 60%, não foi observada associação entre presença de anticorpos anti- RnP e bloqueios de condução. Alteração pericárdica foi mais comum durante fase inicial (40%) do que no protocolo (3%). Hipocontratilidade de ventrículo esquerdo foi encontrada em um paciente em fase inicial e em três no protocolo. Alterações valvares silenciosas foram observadas no protocolo em 50% dos casos com predomínio de comprometimento de valva mitral (só ou em associação). Dos pacientes com comprometimento valvar, em 67% foi detectada presença de anticorpos antifosfolípides.

Conclusões: Controle cardiovascular precoce e sistemático de jovens lúpicos através de estudos seriados de ECG e ecocardiogramas permitirá identificar grupo mais predisposto a desenvolver insuficiência cardíaca na fase de adulto jovem, antecipando medidas de prevenção, desde que os cardiopediatras sejam alertados das particularidades do LES, com controle muito rigoroso dos níveis de pressão arterial sistêmica, valorização das alterações inespecíficas de repolarização sugerindo comprometimento de pequenos vasos do miocárdio, do progressivo desvio de eixo cardíaco para direita que pode significar comprometimento pulmonar, da presença de anticorpos antifosfolípides que poderá indicar os pacientes com maior probabilidade de alteração valvar e de maior propensão de eventos trombóticos, selecionando aqueles que devam receber terapia anticoagulante e/ou profilaxia para endocardite bacteriana.

Sylvia Liana Cartolano
Especialista em Cardiopediatra
Trabalho clínico de pesquisa em crianças e adolescentes realizado com pacientes seguidos no serviço de Reumatopediatria da Santa Casa de São Paulo (defesa de tese de Mestrado).

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Daniella Pessoni
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