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O Lúpus em Homens

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Mensagem  Daniella Pessoni Qua 04 Jun 2008, 11:50

Quem desenvolve lúpus?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é com freqüência chamado uma "doença de mulher", isso porquê ele ocorre 10 a 15 vezes mais em mulheres adultas do que entre homens adultos. Contudo, lúpus pode ocorrer em ambos os sexos e em qualquer idade.

A maior incidência da doença em mulheres pode depender da idade na qual isso ocorre. Antes da puberdade, aproximadamente para cada menino afetado existem três meninas afetada, enquanto que na idade adulta aproximadamente 10 mulheres são afetadas para cada homem. Após a menopausa (ou seja, após 55 anos), existem cerca de 8 mulheres para cada homem afetado. Essas diferenças na preferência sexual se aplicam apenas para o lúpus sistêmico erithematoso, e não para o lúpus discóide, o lúpus que ataca a pele. Lúpus discóide afeta mais os homens do que o LES.

Mais homens do que mulheres desenvolvem o lúpus induzido por drogas, isso porque a maioria dos medicamentos que causa lúpus, é usada com mais freqüência por homens do que por mulheres. As duas drogas mais comuns que causam o lúpus induzido por drogas são a procainamide, que é usada em vários tipos de anormalidades cardíacas e hydralazine, que é usada para controlar pressão alta. Uma vez que os homens sofrem mais de ataques cardíacos do que as mulheres, o que posteriormente acarreta batimentos cardíacos irregulares, eles fazem maior uso da procainamide. Similarmente, a hydralazine também é usada com mais freqüência por homens, por razões ainda não muito claras.

O curso clínico da doença

Os sintomas do LES são idênticos em homens e mulheres na apresentação inicial da doença. Entretanto, alguns pesquisadores suspeitam que manifestações posteriores do LES podem ser diferentes entre os sexos. Muitos estudos concluem que há um agravamento maior das complicações renais, neurológicas e vasculares em homens com LES. Tais descobertas, contudo, não foram confirmadas, sendo necessárias mais pesquisas nesssa área. No momento, não existem evidências substanciais que comprovem uma diferença de gravidade do LES entre homens e mulheres. O curso clínico da doença é o mesmo em ambos os sexos.

Hormônios

Por anos pesquisadores têm procurado por diferenças hormonais entre homens e mulheres, o que poderia explicar uma maior predominância do lúpus em mulheres. Os estudos têm considerado os estrógenos (hormônios femininos) e andrógenos (hormônios masculinos). Alguns dados indicam que há uma diferença na maneira como o estrogênio é metabolizado (alterado quimicamente) em indivíduos normais, versos a maneira como ele é metabolizado em indivíduos com lúpus. Embora não haja nenhuma diferença significativa da maneira como o estrogênio é metabolizado entre homens e mulheres com lúpus, há uma diferença da maneira como os andrógenos são metabolizados entre pacientes lúpicos do sexo masculino e do sexo feminino. Portanto, enquanto não parece haver um aumento significativo de estrogênio em homens, há uma sugestão de que mulheres lúpicas metabolizam andrógenos mais rapidamente do que mulheres sem lúpus.

Também há evidências de que baixos níveis de testosterona (um hormônio masculino) em homens jovens e velhos podem predispô-los à doenças do tipo auto-imune. Drogas que diminuem o nível de testosterona são associadas à sintomas reumáticos mas não têm sido especificamente associadas ao LES.

Fatores sexuais

Existem diferenças significativas na maneira como os homens reagem ao diagnóstico de LES. Eles podem ter a idéia errônea de que lúpus é uma "doença de mulher" e, portanto, que um homem com LES é menos masculino do que um homem com a saúde normal. Isto simplesmente não é verdade. Homens com lúpus são férteis, sexualmente ativos e sem problemas de impotência, e têm histórico reprodutivo normal. Nenhuma dessas características seria aparente se homens com LES tivessem alguma diferença hormonal em relação a homens que não têm lúpus. Assim, até onde fatores sexuais podem preocupar, homens com lúpus não são diferentes de homens sem lúpus.

Controle

O estresse emocional em homens com lúpus é o mesmo daquele experimentado por mulhers com LES. Em alguns pontos, pode ser mais difícil para os homens têr controle sobre a situação devido a expectativas culturais e sociais do homem. Por exemplo, os mesmos sentimentos de incapacidade que mulheres lúpicas têm podem ser mais aparentes em homens, pois eles podem não ser mais aptos a desempenhar funções ou progredir nos seus ambientes de trabalho, ou eles não conseguem mais trabalhar para sustentar uma família. Eles podem ter dificuldades em desempenhar obrigações que requeiram trabalho físico. A incapacidade de trabalhar e ganhar a vida, devido à incapacidade causada pela doença, pode resultar em um enorme estresse emocional e mental para o homem. Este pode não ser o caso para as mulheres lúpicas. Os papéis e expectativas de homens e mulheres em uma socedade estão mudando, mas essas mudanças levam tempo. Esse estresse, aliado ao fato do lúpus ser referido como uma "doença de mulher", apenas torna mais difícil para os homens lidar com essa doença crônica.

Há algumas mudanças estéticas que têm pouca relevância para homens lúpicos. Sintomas como irritações na pele, queda de cabelo e ganho de peso, são menos preocupantes para os homens do que para as mulheres. Por outro lado, os homens ficam mais preocupados do que as mulheres com uma mudança ou perda do emprego, uma diminuição no seu rendimento, uma significativa perda de independência e problemas com a auto-estima, e falsos sentimentos de "perda de masculinidade".

Devido a isso, há uma significante lacuna de materiais escritos e publicados direcionados para homens lúpicos, ou que sofram de uma doença crônica. E ainda, grupos de apoio em sua maioria estão mais comprometidos com mulheres e, como resultado, homens lúpicos se sentem excluídos ou privados dos poucos mecanismos de aconselhamento que existem. A Lupus Foundation of America está tentando mudar este enfoque em seus grupos de apoio.
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Daniella Pessoni
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